terça-feira, 9 de novembro de 2010

CADA UM SABE A DOR E A DELÍCIA DE SER O QUE É

Olá, senhores responsáveis pelo show “Gonzaguinha o eterno aprendiz eterno”

Hoje andando pelas ruas de Itajubá vi um cartaz anunciando que o espetáculo seria reapresentado, fiquei muito feliz de saber isso, entretanto reparei que no cartaz não constava o meu nome como Direção Cênica e constava o nome dos outros responsáveis pelo show. Isto me deixou fortemente chateado, pois vi nisto um profundo descaso pelo meu trabalho. Já tinha ficado sabendo que o show havia acontecido outras vezes sem que eu tivesse ao menos sido notificado e não recebi nada, nenhum centavo, nenhum agradecimento, por estas apresentações. Da forma como estou sendo tratado parece que o meu trabalho foi todo em vão, mas não é isso o que se vê durante a encenação. Toda a concepção cênica do espetáculo foi minha. É possível ver todo o meu trabalho que envolveu ensaios, leituras, pesquisas, audições, produção, cenários, etc. em cena.

Um fato como este revela o real reconhecimento que eu tenho por todos os anos de trabalho com teatro pela nossa cidade. Trabalho com teatro em Itajubá há pelo menos vinte anos e nestes anos fui responsável pela produção, criação, direção de mais de quarenta espetáculos teatrais. Mantive durante cinco anos um teatro, coisa que Não existe em Itajubá, mantendo temporadas de espetáculos e aulas de teatro para todas as idades, sobretudo mantendo vários alunos bolsistas, sem nenhum apoio do poder público. Neste tempo todo sempre procurei estar me atualizando, fazendo cursos e oficinas, porque não sou um artista que está parado no tempo. Por conta disso atualmente estou estudando artes cênicas em uma universidade federal e cada vez mais ciente da responsabilidade que tenho para com o meu trabalho.

Talvez agora eu tenha mais ciência da inocência que tive ao me envolver em um projeto sem ter assinado nenhum contrato, valendo-me apenas da boa palavra de honra. Palavra que agora vejo insultada pelo descaso que senti ao não ser informado da apresentação e não ter sequer o meu nome citado no cartaz. Sei que parece vaidade, mas como artista eu entendo o valor que um fato desses possui. E a falta de respeito com que estou sendo tratado. E vejo que é esse o respeito que o artista itajubense tem pelo seu trabalho.

Grato pela atenção Breno Carvalho