O olho atravessa a cidade
e me consome.
O anjo colocado sobre a fonte
derrama sobre nós
um néctar de sabor indescritível.
A cidade é infalível,
as ruas vão e vêm.
As árvores, ah...
as árvores tão belas,
tranquilas e serenas,
um impávido colosso.
Janelas espreitam
escondidas e faceiras
atrás de sombras invisíveis.
A vida brota do impossível
e insiste teimosa em crescer.
O fio de linha que conduz a vida
se embrenha
num emaranhado de impossibilidades
e transforma no minuto seguinte
em um único meio
de nos levar ao fim disso tudo.
Lá no alto a estátua grita silenciosa
e a cidade, a cidade segue o seu fluxo,
constantemente, impiedosamente.