sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Onde será que isso começa?

O olho atravessa a cidade 

e me consome. 

O anjo colocado sobre a fonte 

derrama sobre nós 

um néctar de sabor indescritível.

A cidade é infalível, 

as ruas vão e vêm. 

As árvores, ah... 

as árvores tão belas,

tranquilas e serenas, 

um impávido colosso. 

Janelas  espreitam 

escondidas e faceiras

atrás de sombras invisíveis.

A vida brota do impossível 

e insiste teimosa em crescer.

O fio de linha que conduz a vida 

se embrenha 

num emaranhado de impossibilidades 

e transforma no minuto seguinte 

em um único meio 

de nos levar ao fim disso tudo.

Lá no alto a estátua grita silenciosa 

e a cidade, a cidade segue o seu fluxo, 

constantemente, impiedosamente.

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